03638nam a2200217 a 450000100080000000500110000800800410001910000210006024501110008126001070019252029710029965300160327065300270328665300110331365300190332465300090334365300130335265300220336565300150338765300180340210696012010-05-07 1999 bl uuuu 0 #d1 aCUNHA, G. R. da. aEl Niño - Oscilação do Sul e perspectivas climáticas aplicadas no manejo de culturas no Sul do Brasil. aRevista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, RS, v. 7, n. 2, p. 277-284, jul./dez. 1999.c1999 aO fenômeno El Niño-Oscilação do Sul (ENOS) ou apenas El Niño, como é referido nos veículos de comunicação de massa, possui duas fases: uma quente (El Niño) e outra fria (La Niña). O comportamento da temperatura das águas do Oceano Pacífico tropical (parte central e junto à costa oeste da América do Sul) associado aos campos de pressão (representados pelo Índice de Oscilação do Sul) altera o padrão de circulação geral da atmosfera. Com isso, acaba influenciando no clima de diferentes regiões do mundo, sendo o responsável pelos desvios em relação às normais climatológicas, ou seja, pelas chamadas anomalias climáticas persistentes, que duram de 6 a 18 meses, por exemplo. Particularmente no sul do Brasil, tem-se excesso de chuvas nos anos de El Niño e estiagem em anos de La Niña. Apesar da influência ocorrer durante todo o período de atuação desses eventos, há duas épocas do ano que são mais afetadas pelas fases do ENOS. São elas: primavera e começo de verão (outubro, novembro e dezembro), no ano inicial do evento, e final de outono e começo de inverno (abril, maio e junho), no ano seguinte ao início do evento. Assim, nessas épocas, as chances de chuvas acima do normal são maiores, em anos de El Niño (como ocorreu em 1997/98), e chuvas abaixo do normal, em anos de La Niña (exemplo, evento 1998/99). Com base nos impactos conhecidos do fenômeno ENOS sobre o clima do sul do Brasil é possível adotar-se uma série de estratégias na área de manejo de culturas, que possibilitam reduzir os riscos de natureza climática e otimizam o aproveitamento das condições favoráveis. Para a agricultura do sul do Brasil, destaca-se que tanto El Niño como La Niña não causam exclusivamente prejuízos. Nos anos de El Niño, por não faltar água no período de primavera-verão, em geral, as culturas de verão (soja e milho, particularmente) são beneficiadas. E, nos anos de La Niña, o exemplo típico é a cultura de trigo que é favorecida por primavera seca.. Esta condição meteorológica é favorável à cultura de trigo, porque diminui a ocorrência de doenças da espiga e melhora as caraterísticas de qualidade do grão avaliada através do peso hectolítrico (PH). Por outro lado, estiagens, que não são exclusividade de La Niña; exemplo a de 1990/91, causam sérios problemas às culturas de verão. Milho e soja são as mais afetadas. Nessas culturas, como destacado, os rendimentos são favorecidos pelo fenômeno El Niño (em função de chuvas acima do normal, no período primavera-verão). Finalmente, cabe salientar que os eventos ENOS (El Niño e La Niña) não se repetem exatamente iguais. Os impactos no clima vão depender da intensidade dos eventos. Por isso, os reflexos na agricultura sul-brasileira podem diferir entre as ocorrências dos episódios El Niño ou La Niña. Porém, de modo geral, é válido esperar uma tendência no padrão de resposta, conforme descrito. aAgricultura aAlteração climática aBrasil aENOS, El Niño aENSO aLa Niña aManejo de cultura aRegiao sul aSul do Brasil