Registro Completo |
Biblioteca(s): |
Epagri-Sede. |
Data corrente: |
01/06/2023 |
Data da última atualização: |
01/06/2023 |
Tipo da produção científica: |
Capítulo em Livro Técnico-Científico |
Autoria: |
WUTKE, E. B.; CALEGARI, A.; WILDNER, L. P.; AMBROSANO, E. J.; ESTEVES, J. A. F. |
Título: |
Espécies de adubos verdes e plantas de cobertura do solo e recomendações para uso. |
Edição: |
2 ed. |
Ano de publicação: |
2023 |
Fonte/Imprenta: |
In: LIMA FILHO, O. F.; AMBROSANO, E. J.; WUTKE, E. B.; ROSSI, F.; CARLOS, J. A. D. ADUBAÇÃO VERDE e plantas de cobertura do solo no Brasil - Fundamentos e Prática. 2 ed. Brasília, DF: EMBRAPA, 2023. p. 59-200 |
Volume: |
1 |
Idioma: |
Português |
Conteúdo: |
A adubação verde é uma prática agrícola muito antiga, utilizada há mais de 2 mil anos (cujos primeiros usos foram registrados na China, na Grécia e na Itália), sobretudo para aumentar a produção das lavouras. No Brasil, é conhecida há quase um século, com resultados agrícolas bastante positivos e bom retorno econômico, sendo adotada nos mais distintos sistemas de produção. Consiste no cultivo e no corte de plantas imaturas, em plena floração, de preferência leguminosas (fabáceas) ? pela capacidade de fixação do nitrogênio (N) ?, produzidas ou não no local, sem ou com incorporação da fitomassa, com a finalidade precípua de aumentar, preservar e/ou restaurar a fertilidade e a produtividade do solo (D?Utra, 1919; Mendes, 1938; Kiehl, 1960; Miyasaka, 1984). Pesquisas sobre o assunto são realizadas em todo o País, sobretudo por órgãos públicos de pesquisa, ensino e extensão rural, sempre com a colaboração de agricultores, cooperativas e iniciativa privada, com o objetivo de produzir conhecimento mais detalhado sobre as plantas utilizadas, sua adaptação regional e o aumento da fertilidade dos solos e da produtividade agrícola (D?utra, 1919; Neme, 1934, 1940; Mendes, 1938; Cruz, 1958; Kiehl, 1960; Muzzilli et al., 1980; Mondardo et al., 1982; Encontro..., 1984; Miyasaka, 1984; Derpsch et al., 1986; Trani et al., 1989; Calegari, 1990, 1995, 1998, 2016; Monegat, 1991; Alcântara; Bufarah, 1992; Costa, 1993; Curso..., 1993; Freitas, 1994; Ambrosano et al., 1997; Espindola et al., 1997, 2005; Carvalho; Sodré Filho, 2000; Wutke, 2001; Espindola, 2004; Wildner et al., 2004; Wutke; Ambrosano, 2005; Carvalho; Amabile, 2006; Wildner, 2006; Wutke et al., 2007, 2008, 2009; Florentin et al., 2010). A partir dos anos 1980, ao conceito de adubação verde então vigente (Kiehl, 1960; Miyasaka, 1984) foram incorporadas outras espécies vegetais ? sendo os adubos verdes também denominados ?plantas de cobertura? ?, com ou sem incorporação posterior ao solo, para a produção de sementes e fibras, visando obter renda extra e fonte de alimentação animal. Essa prática compreendeu também o manejo da fitomassa obtida com a colheita das sementes ao final do ciclo das plantas, e não apenas de leguminosas, mas também de gramíneas (poáceas), crucíferas (brássicas) e compostas (asteráceas), entre outras, com a finalidade de prover cobertura do solo 58 Adubação verde e plantas de cobertura no Brasil Volume 1 e preservar e restaurar a produtividade das áreas em cultivo e do ambiente, com aproveitamento mais adequado do solo, das máquinas e dos insumos. Nesse período, foram repensadas a forma e a época de cultivo dos adubos verdes, implementando-se pesquisas de êxito na entressafra de culturas econômicas, com leguminosas de inverno e leguminosas típicas de verão ? essas em semeaduras mais tardias, em regiões adequadas para tal, como no Cerrado paulista (Miyasaka, 1984). A partir dos anos 1990, a utilização da adubação verde foi retomada, como consequência, particularmente, do incentivo à agricultura orgânica, da degradação dos recursos naturais e da biodiversidade, do aumento dos impactos ambientais e da redução da produção agropecuária. As plantas de cobertura, sobretudo as gramíneas, passaram a ser constituintes da base do sistema plantio direto (SPD), como suporte básico à formação e à manutenção da cobertura permanente do solo, à viabilização de sistemas de rotação de culturas e à promoção do preparo biológico do solo sem revolvimento da camada arável. Atualmente, a adubação verde está adequadamente inserida no contexto mundial de produção de alimentos mais saudáveis, como os provenientes da agricultura orgânica ou os produzidos com mínima utilização de insumos químicos e pouca degradação do ambiente. Pode ser considerada uma prática versátil e aplicável a várias situações agrícolas. Seus resultados devem ser avaliados no conjunto do sistema produtivo, a médio e longo prazos, com base no uso frequente e com flexibilidade suficiente para permitir alterações na escolha das culturas, em decorrência de oscilações climáticas e de mercado. Com sua utilização, obtêm-se diversos efeitos benéficos em termos químicos (principalmente fixação de N pelas leguminosas), físicos e biológicos no solo, resultantes da cobertura vegetal viva ou morta, incorporada ou não ao solo, e dependentes de condições locais e da frequência de uso. Além de relevantes benefícios técnicos, econômicos e sociais, há os ambientais, em especial no SPD, que resultam na redução da emissão de gases para a atmosfera, no aumento do sequestro de carbono (C), na redução do desmatamento pelo uso racional de áreas cultivadas em integração lavoura-pecuária e na preservação de recursos naturais. Assim, as espécies de adubos verdes e de plantas de cobertura vêm sendo utilizadas com frequência em esquemas de sucessão, rotação ou consórcio em áreas extensas de produção de grãos de culturas anuais ou perenes (frutíferas, além de cafeeiro e seringueira) e de reforma de cana-de-açúcar e pastagem, em sistema convencional de preparo de solo, em SPD e em sistema de cultivo mínimo, estabelecendo-se um sistema de manejo do solo dos mais eficientes para o controle da erosão e para a manutenção ou o aumento da fertilidade dos solos. Algumas culturas são ainda utilizadas como forrageiras, associadas ou não às gramíneas, para o fornecimento de feno ou constituindo pastagens ou banco de proteínas para a suplementação na alimentação animal (Wutke et al., 2007, 2008, 2009). MenosA adubação verde é uma prática agrícola muito antiga, utilizada há mais de 2 mil anos (cujos primeiros usos foram registrados na China, na Grécia e na Itália), sobretudo para aumentar a produção das lavouras. No Brasil, é conhecida há quase um século, com resultados agrícolas bastante positivos e bom retorno econômico, sendo adotada nos mais distintos sistemas de produção. Consiste no cultivo e no corte de plantas imaturas, em plena floração, de preferência leguminosas (fabáceas) ? pela capacidade de fixação do nitrogênio (N) ?, produzidas ou não no local, sem ou com incorporação da fitomassa, com a finalidade precípua de aumentar, preservar e/ou restaurar a fertilidade e a produtividade do solo (D?Utra, 1919; Mendes, 1938; Kiehl, 1960; Miyasaka, 1984). Pesquisas sobre o assunto são realizadas em todo o País, sobretudo por órgãos públicos de pesquisa, ensino e extensão rural, sempre com a colaboração de agricultores, cooperativas e iniciativa privada, com o objetivo de produzir conhecimento mais detalhado sobre as plantas utilizadas, sua adaptação regional e o aumento da fertilidade dos solos e da produtividade agrícola (D?utra, 1919; Neme, 1934, 1940; Mendes, 1938; Cruz, 1958; Kiehl, 1960; Muzzilli et al., 1980; Mondardo et al., 1982; Encontro..., 1984; Miyasaka, 1984; Derpsch et al., 1986; Trani et al., 1989; Calegari, 1990, 1995, 1998, 2016; Monegat, 1991; Alcântara; Bufarah, 1992; Costa, 1993; Curso..., 1993; Freitas, 1994; Ambrosano et al., 1997; Espindola et al., 1997,... Mostrar Tudo |
Thesagro: |
adubação verde; agricultura conservacionista; biodiversidade; cobertura do solo; controle da erosão. |
Categoria do assunto: |
F Plantas e Produtos de Origem Vegetal |
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Marc: |
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Consiste no cultivo e no corte de plantas imaturas, em plena floração, de preferência leguminosas (fabáceas) ? pela capacidade de fixação do nitrogênio (N) ?, produzidas ou não no local, sem ou com incorporação da fitomassa, com a finalidade precípua de aumentar, preservar e/ou restaurar a fertilidade e a produtividade do solo (D?Utra, 1919; Mendes, 1938; Kiehl, 1960; Miyasaka, 1984). Pesquisas sobre o assunto são realizadas em todo o País, sobretudo por órgãos públicos de pesquisa, ensino e extensão rural, sempre com a colaboração de agricultores, cooperativas e iniciativa privada, com o objetivo de produzir conhecimento mais detalhado sobre as plantas utilizadas, sua adaptação regional e o aumento da fertilidade dos solos e da produtividade agrícola (D?utra, 1919; Neme, 1934, 1940; Mendes, 1938; Cruz, 1958; Kiehl, 1960; Muzzilli et al., 1980; Mondardo et al., 1982; Encontro..., 1984; Miyasaka, 1984; Derpsch et al., 1986; Trani et al., 1989; Calegari, 1990, 1995, 1998, 2016; Monegat, 1991; Alcântara; Bufarah, 1992; Costa, 1993; Curso..., 1993; Freitas, 1994; Ambrosano et al., 1997; Espindola et al., 1997, 2005; Carvalho; Sodré Filho, 2000; Wutke, 2001; Espindola, 2004; Wildner et al., 2004; Wutke; Ambrosano, 2005; Carvalho; Amabile, 2006; Wildner, 2006; Wutke et al., 2007, 2008, 2009; Florentin et al., 2010). A partir dos anos 1980, ao conceito de adubação verde então vigente (Kiehl, 1960; Miyasaka, 1984) foram incorporadas outras espécies vegetais ? sendo os adubos verdes também denominados ?plantas de cobertura? ?, com ou sem incorporação posterior ao solo, para a produção de sementes e fibras, visando obter renda extra e fonte de alimentação animal. Essa prática compreendeu também o manejo da fitomassa obtida com a colheita das sementes ao final do ciclo das plantas, e não apenas de leguminosas, mas também de gramíneas (poáceas), crucíferas (brássicas) e compostas (asteráceas), entre outras, com a finalidade de prover cobertura do solo 58 Adubação verde e plantas de cobertura no Brasil Volume 1 e preservar e restaurar a produtividade das áreas em cultivo e do ambiente, com aproveitamento mais adequado do solo, das máquinas e dos insumos. Nesse período, foram repensadas a forma e a época de cultivo dos adubos verdes, implementando-se pesquisas de êxito na entressafra de culturas econômicas, com leguminosas de inverno e leguminosas típicas de verão ? essas em semeaduras mais tardias, em regiões adequadas para tal, como no Cerrado paulista (Miyasaka, 1984). A partir dos anos 1990, a utilização da adubação verde foi retomada, como consequência, particularmente, do incentivo à agricultura orgânica, da degradação dos recursos naturais e da biodiversidade, do aumento dos impactos ambientais e da redução da produção agropecuária. As plantas de cobertura, sobretudo as gramíneas, passaram a ser constituintes da base do sistema plantio direto (SPD), como suporte básico à formação e à manutenção da cobertura permanente do solo, à viabilização de sistemas de rotação de culturas e à promoção do preparo biológico do solo sem revolvimento da camada arável. Atualmente, a adubação verde está adequadamente inserida no contexto mundial de produção de alimentos mais saudáveis, como os provenientes da agricultura orgânica ou os produzidos com mínima utilização de insumos químicos e pouca degradação do ambiente. Pode ser considerada uma prática versátil e aplicável a várias situações agrícolas. Seus resultados devem ser avaliados no conjunto do sistema produtivo, a médio e longo prazos, com base no uso frequente e com flexibilidade suficiente para permitir alterações na escolha das culturas, em decorrência de oscilações climáticas e de mercado. Com sua utilização, obtêm-se diversos efeitos benéficos em termos químicos (principalmente fixação de N pelas leguminosas), físicos e biológicos no solo, resultantes da cobertura vegetal viva ou morta, incorporada ou não ao solo, e dependentes de condições locais e da frequência de uso. Além de relevantes benefícios técnicos, econômicos e sociais, há os ambientais, em especial no SPD, que resultam na redução da emissão de gases para a atmosfera, no aumento do sequestro de carbono (C), na redução do desmatamento pelo uso racional de áreas cultivadas em integração lavoura-pecuária e na preservação de recursos naturais. Assim, as espécies de adubos verdes e de plantas de cobertura vêm sendo utilizadas com frequência em esquemas de sucessão, rotação ou consórcio em áreas extensas de produção de grãos de culturas anuais ou perenes (frutíferas, além de cafeeiro e seringueira) e de reforma de cana-de-açúcar e pastagem, em sistema convencional de preparo de solo, em SPD e em sistema de cultivo mínimo, estabelecendo-se um sistema de manejo do solo dos mais eficientes para o controle da erosão e para a manutenção ou o aumento da fertilidade dos solos. Algumas culturas são ainda utilizadas como forrageiras, associadas ou não às gramíneas, para o fornecimento de feno ou constituindo pastagens ou banco de proteínas para a suplementação na alimentação animal (Wutke et al., 2007, 2008, 2009). 650 $aadubação verde 650 $aagricultura conservacionista 650 $abiodiversidade 650 $acobertura do solo 650 $acontrole da erosão 700 1 $aCALEGARI, A. 700 1 $aWILDNER, L. P. 700 1 $aAMBROSANO, E. J. 700 1 $aESTEVES, J. A. F. 773 $tIn: LIMA FILHO, O. F.; AMBROSANO, E. J.; WUTKE, E. B.; ROSSI, F.; CARLOS, J. A. D. ADUBAÇÃO VERDE e plantas de cobertura do solo no Brasil - Fundamentos e Prática. 2 ed. Brasília, DF: EMBRAPA, 2023. p. 59-200
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